domingo, 12 de dezembro de 2010

Casa de chutos

   ©2011 missu amplu

 

 

 

“Pronto, já não sofres mais. Em memória de ti alguém há-de pagar. Nem o melhor advogado conseguirá pendurar a pena”

É crime público, ponto. É a colherada entre o casal. Velhos ditados que transformam o sentido humano de intervir, no que é naturalmente errado, numa peça do nosso faqueiro, colam-nos a uma atitude de silêncio perante a violência que assumimos fazer parte do dia-a-dia de qualquer homem, mulher ou criança, que teve o azar de um dia, ou muitos, estar no lugar errado, à hora errada, com a pessoa errada.

(…)

Não procurem a definição no dicionário pois só na falta de coragem dos legisladores se solta, nas entrelinhas de tantos parágrafos, que violência doméstica é «crimes violentos fisicamente, com agressões físicas que atinjam a natureza humana», compreendendo-se no tipo legal que há uma «reiteração de condutas» sendo considerado como «de habitual».

(…)

Por isso, foge. Talvez aprendas o significado de violência, pois parece não teres percebido. É apenas uma infeliz comunicação. Escrever leis é complicado e cumprir é difícil mas, já ser vítimas delas, é reiterado e habitual.

in "Um momento, por favor…"
(c) 2011 Manuel Almeida

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