“Será crude meu coração? (…) Então porque continuas a matar toda a esperança. (…) sou só uma criança.”
Serão minhas lágrimas diamantes?
Será crude meu coração?
Vês petróleo no meu sangue?
Vês tu ouro nas minhas mãos?
O que produz a guerra além
de atrocidades sem fim.
São minerais que meu corpo tem?
Serão meus dentes de marfim?
Então porque continuas
a matar toda a esperança?
Porque é só isso que eu sou,
Eu sou só uma criança.
Porque é só isso que eu sou,
Eu sou só uma criança.
São meus ossos material
bélico para um grupo armado
terei nas artérias fibra especial
onde corre o tão derramado?
É só isso que eu sou,
É só isso que eu tenho.
Já não sei para onde vou?
Nem porque ao mundo venho.
Será
que um dia destes me vão
conseguir responder?
Será
que entendo a tempo, antes
de voltar a morrer?
Então porque continuas
a matar toda a esperança.
Porque é só isso que eu sou,
Eu sou só uma criança.
Porque é só isso que eu sou,
Eu sou só uma criança.
Porque é só isso que eu sou,
Eu sou só uma criança.
Eu sou só uma criança.
Eu sou só… esperança.
in "Estás aí?"
(c) 2012 Manuel Almeida